Isolamento ou esgotamento?

Eu vejo essas pessoas angustiadas porque não sabem o que fazer com o tempo delas nesse isolamento e, confesso, dá uma invejinha, sabe? Quando anunciaram o isolamento eu salvei todos os links que passaram de cursos grátis, livros free para baixar, plataformas de streaming com séries e filmes liberados. Prometi a mim mesma que logo iria arrumar um tempo para organizar por prioridades e inserir tudo na agenda.

E lá se vão 15 dias trancada em casa e o saldo é apenas meia hora de ginástica na primeira semana – não estou falando de meia hora por dia, não. Meia hora uma vez mesmo e foi o que deu.

A meditação durou 4 dias, 5 minutos cada uma, fechamos em 20 minutos ao todo. Não maratonei as séries que queria maratonar e das novas que entraram já ouvi tanto spoiler que perdeu a graça. Os livros não cheguei nem a baixar. Também não organizei o guarda-roupa nem as fotografias antigas.

É um tal de acordar cedo e ir direto fazer comida – isso se a louça da noite anterior foi lavada –, lavar roupa, dar uma ajeitada na casa e já é hora de preparar o almoço. Adianto alguma coisa do trabalho que ficou parte home office e a louça na pia me lembra que precisa ser lavada. Pendura roupa, recolhe roupa, inventa uma comida nova diferente com os poucos ingredientes que restam para evitar ficar indo ao mercado, faz pão caseiro, limpa casa, trabalha, pensa em como arrumar alternativas para conseguir trabalhos nessa fase – e o que poderá ser feito depois.

E já é noite, tarde da noite. A última coisa de que lembro antes de apagar de vez é prometer que no dia seguinte vou arrumar um tempinho para tudo que programei.

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