Emily em Paris: uma gostosa “comédia romântica de quase 5 horas”

O melhor: em Paris. A série da Netflix é ideal para relaxar e pensar em absolutamente nada

Estava procurando algo leve para assistir na noite de sexta-feira quando a @netflix me recomendou a série Emily em Paris. Tudo indicava ser uma comédia romântica, o que eu precisava para simplesmente me deixar levar pelas ruas da capital francesa sem precisar pensar em nada. 

Logo de início, na ida de Emily para a filial da empresa de marketing na França e a nova chefe que se mostra intransigente com ela, a referência é automática: O diabo veste Prada. Não chega a ser tão intenso, mas a jovem passa maus bocados – ainda mais por ter a ousadia de mudar-se para Paris sem falar francês. 

Além dos gostosos passeios pelas ruas, praças, cafés, a vista maravilhosa de sonho parisiense, é bem interessante perceber as diferenças culturais que a personagem enfrenta. Desde as mais óbvias, às pequenas sutilezas do cotidiano que dão um sabor especial à série. De cara Emily percebe que está pisando em território diferente, quando fica das 8h30 até 10h30 no primeiro dia de trabalho até chegar alguém para abrir a porta e dar início ao expediente. As sequências de confusões, desentendimentos são muitas e lá pelas tantas a personagem principal se compara com a Alice através do espelho – para cima é para baixo, para baixo é para cima, completo nonsense, e tão nosso momento atual.

Grande parte dos contrastes culturais vemos nos diálogos bem construídos em que os franceses argumentam com astúcia sua resistência a mergulhar no american way of life de muito trabalho e pouco viver, imposto pela empresa americana que comprou a unidade francesa.

Já nos primeiros episódios eu me peguei lembrando de Sex and the city, a cidade vista pelo olhar das mulheres, que também fazem a história dessa mesma cidade.

Sedução, amor, cultura, glamour e tudo mais que representa Paris. Os figurinos são muito elegantes e a trilha é gostosa, tendo pérolas como La vie en rose e Non, je ne regrette rien – para mim bastaria saber que tem essas duas músicas para querer assistir a série.

Eu me peguei assistindo um episódio atrás do outro, de cerca de meia hora cada – com pausa apenas para reabastecer o pote de pipoca -, e quando dei por mim cheguei ao 10º episódio, último, e finalizei com aquele gostinho de quero mais. Queria continuar ali, com Emily, em Paris. 

Hora de partir, não sem antes uma pesquisa para saber um pouco mais sobre a série, na qual entrei sem ter qualquer referência. Descobri que a estreia foi justamente no dia em que comecei a assistir – 2 de setembro – virando madrugada adentro, e a série foi criada por ninguém menos que Darren Star – o mesmo criador de Sex and the city. Fica melhor ainda quando você sabe que a protagonista, Lily Collins, é também a produtora da série.

Quer passar algumas horas sem ter que pensar em muita coisa, apenas relaxar? Recomendo.

>>> ALERTA DE SPOILER <<<

Soluções mirabolantes, mas tudo bem

A cada episódio Emily enfrenta um desafio e precisa achar soluções muitas vezes mirabolantes para resolver problemas de marketing de grandes empresas. Você vê aquela jovem recém-chegada dos Estados Unidos conseguindo acesso e encontrando saídas para questões que os experientes franceses não chegaram nem perto de conseguir. 

Um pouco exagerado? Pode ser, mas tudo bem. Eu não queria realidade mesmo. 

Final americano ou francês?

Sobre essa questão de fantasia x vida real, há um diálogo bastante interessante de Emily com dois profissionais da empresa, cada qual argumentando que o estilo de final de filme de seu país é melhor – e os motivos. 

Veja na sequência de imagens.

Sexy ou sexista?

Esse é o tema de um dos episódios, em que Emily questiona um comercial que será gravado com uma mulher nua representando que o sonho dela é ser desejada pelos homens. Oi? Indignada, a protagonista propõe soluções bem criativas.

Questionamentos sobre aspectos preconceituosos aparecem em outros momentos e episódios também, por exemplo, quando ela quer saber porque vagina em francês é substantivo masculino. E causa grande repercussão.

Então as mães são as grandes responsáveis pelos bons amantes franceses?

Emily se vê em uma grande enrascada quando vai visitar uma amiga e acaba fazendo amor com o irmão dela, sem saber que ele é bem mais novo do que ela imaginava. Momento climão quando a família toda descobre no dia seguinte, na mesa do café da manhã, e a mãe chama Emily para uma conversa em particular.

A jovem vai cabisbaixa, pedindo desculpas de antemão e surpreende-se quando descobre que a mãe, na verdade, queria saber se o filho é um bom amante – porque ela se sente responsável por isso. U-lá-lá. Então seriam as mães francesas as grandes responsáveis pela fama de bons amantes dos franceses, em priorizar o prazer da mulher?

Real ou não, o inusitado da cena tem um efeito cômico muito bom na trama.

Romance, paixão e mais romance

Como não poderia faltar numa série desse estilo vivenciada em Paris, Emily terá conflitos para viver um bom romance francês. Paixão, desilusões, mais paixão, muito romance. E no final ela termina um tanto quando dividida entre um rapaz super gato, vizinho da porta de baixo, batalhador, que vai começar o próprio negócio e um homem bonito, elegante, milionário e charmoso. É o tipo de escolha que não tem como errar…

Maratona feita, agora é ficar de olho para saber quando chega a segunda temporada.

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